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Linguagem apropriada

  • Marcos Nicolini
  • Jan 24, 2024
  • 1 min read

Ah! A propriedade é um roubo, já o disse o anarquista.

Dantes todos viviam livres, até que um dia alguém disse: colocarei estacas neste terreno e o declararei minha propriedade. Desde então o homem tendo nascido bom é corrompido pela sociedade, ou seja, pelo pensamento tornado em ato de uma apropriação.

Há a propriedade na linguagem, fora dela o animal não humano. Para pormos termos à propriedade, ou darmos fim a ela exigiria desfazermos-nos da linguagem. A propriedade existe na linguagem e a linguagem é ato de um pensamento apropriador.


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Quando digo "o cão late", não estaria imputando algo do falante no corpo exposto à linguagem, ou, colonizando aquele corpo e lhe demarcando fronteiras, de modos a não apenas a identificar (que já é um significante de propriedade por meio do qual digo que "aquele corpo"=cão) segregando-o na comunicação, como ao torná-lo existente para mim?


Desapropriar é um ato de guerra conta a humanidade, eliminando dela aquilo que ela é: um ser de linguagem. Mas como tal não é de todo possível, resta um sacrifício, um corte, um ato de religere: cisalhar o humano entre os que possuem fala e os que balbuciam sons sem nada dizer, a civilização e a barbárie-dominada.


Portanto, como diz o Grande Irmão, digo, Estadista, digo Alucinado, digo Salteador: produzamos ignorantes, pois eles nos suportam aprendendo apenas a dizer sim...para nós.

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