Darwinismo cultural e a engenharia da linguagem
- Marcos Nicolini
- Aug 27, 2022
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Entre a vivacidade de uma língua, suas transformações ao longo dos séculos, e a novalingua e sua engenhosidade pela imposição dos intelectuais, das elites ideológicas, há certo similaridade quando nós percebemos diante das distâncias entre as evoluções genéticas das quais falou Darwin e a engenharia genética da qual falam os cientistas atuais.

O darwinismo linguístico daqueles que fazem mover os significados de acordo com as demandas ideológicas de elites culturais se baseia, no entanto, em um niilismo radical: ai significado soy contra, se no há o impingirei. A língua, mais do que a linguagem, é tábula rasa, como o é o DNA. Ajstar-se-á um e outro às demandas das elites.
O fascismo de direita, o nacional-socialismo, e o fascismo de esquerda, o comunismo, se aplicam sem tréguas a este construtivismo genético. Sobre a Natureza, que é conservadora, com sua mudanças lentas e sutis durante os séculos, aplique-se Trabalho de produção de realidade, isto é, o Ideal de um mundo onde a Natureza seja apenas matéria-prima sobre a qual a Causa Eficiente aplique força transformadora.
Não há diferença substancial entre engenharia social e engenharia genética em suas premissas elementares e em seus objetivos gerais: niilismo e (paradoxalmente) utilidade ideológica. Neste sentido, não há diferença alguma entre Marx e Nietzsche, ambos concordariam com a tese niilista de que “tudo que é sólido se desmancha no ar” e a produção de uma super-humanidade da classe trabalhadora e do além-do-homem. As diferenças entre estes projetos são nuances filosóficas como as que travaram Einstein e Planck sobre a dualidade da luz: onda ou partícula.



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