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Daniel 3: 1-12: Entre a Revolução e o Progresso

  • Marcos Nicolini
  • Apr 16, 2023
  • 2 min read

Estranho mundo que vivemos. Conservadores são “Golpistas” e “Revolucionários” são Progressistas. Um quer dar um golpe para trás e o outro quer mudar tudo, mudando novamente.



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Vivemos um tempo, logo depois da queda do Muro de Berlin, que os adoradores da História do Futuro já não tinham mais futuro para onde ir e os prestadores de culto ao passado queriam esquecer o passado, o qual estava atrelado às lutas de classes, marcando o Fim da História.


Carpe Dien


Restava um presente contínuo e vazio. O fim da História e da história. Assassinamos mais humanos pré-natais, nos drogamos mais, nos entregamos ao consumo e ao endividamento, desconfiamos da política e das ficções que para tudo tem resposta e nada de verdade dizem, tiramos anos sabáticos e trabalhamos para conhecer lugares, comprar coisas e drogas, e pagar médicos em clínicas clandestinas de assassinatos de humanos. Somos contra a pena de morte e contra o consumo de proteínas animais, as quais são obtidas pelo assassinato destas vidas preciosas.


O homem, finalmente, havia se tornado a medida de todas as coisas; o homem se transmutou em gênero; gênero se proliferou em sopa de letras; a linguagem se dissipou em vertigens; morreu a comunicação, o humano e os deuses: os deuses se tornaram objetos de consumo do supermercado vazio.


O vazio transtornou o cérebro pareidólico, aquele que exige alguma explicação para o inexplicável, aquilo que foge à apreensão e compreensão deste animalzinho limitado, finito e hiporracional e narcisista. A busca desenfreada para um sentido qualquer encheu as escolas de filosofia, sociologia, psicologia, neurociências, teologia, etc., e encheu os bolsos dos gurus, pastores, coaches, influencers, etc., e deu votos a populistas conservadores e progressistas, e espaços políticos e midiáticos a eminências de vieses totalitários.


Assassinamos o dia de hoje, enterramos o viver apenas e absolutamente o presente.


Fomos além do fim da memória e da utopia, acabamos com o tempo, em qualquer dimensão. O instante virou inversão. Voltamos ao fim: aqueles que adiavam mudanças em nome da experiência adquirida, apregoam a mudança radical, o golpe, a revolução; aquelxs que cantavam a 1ª Internacional doravante pregam a Constituição e o Estado de Direito e rejeitam os atos antidemocráticos-liberais cuja institucionalidade legitima o poder conquistado a partir do voto majoritário.


Por fim, os que antes cantavam Maranatha, vem Senhor Jesus, olhando para o céu e aguardando o arrebatamento, hoje hora declaram o mantra, “Mamon, Mamon, quero uma Porshe, uma mansão e um cartão black ilimitado”, e hora o mantra, “viva Leviatã, o Estado é tudo, a Sociedade é o Todo”. O Espírito virou matéria e a moeda que estampa a face de César e da Lei se tornou sagrada.


Conservamos a Revolução enquanto comemos pratos de lentilha. Mas isto é outra história, se História ainda houver.

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