Valores Universais produzem mundos perfeitos
- Marcos Nicolini
- Nov 20, 2022
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Ratos em bibliotecas devoram livros e defecam e urinam doenças. Enquanto e conquanto não haja luz, invadem mundos conduzindo doenças presentes nas pulgas que se embebedam com sua vitalidade, seu sangue.

Ratos comem abstrações e delas surgem pensamentos doentios com pretenções universalistas, de fazer mundos perfeitos, cuja perfeição está nas fezes e nas urinas. Estes mundos perfeitos que chamamos utopias e modelos, primeiramente infectam seus discípulos (as pulgas) que se nutrem, inicialmente, do sangue, da vitalidade dos ratos. Os discípulos doentios e sem pensamento estão infectados com as crenças e valores dos ratos, dos quais se nutriram e agora supõem serem como ratos, uma vanguarda pensante que contemplou a luz da verdade e que tem o dever de salvar outros impondo o mundo dos ratos a todo ecosistema. Pulgas são portadoras da crença de possuirem os valores superiores de um mundo bibliotecário, das letras salvadoras.
O mundo mata, mas as letras dão vida.
Assim as pulgas, que vivem das trevas, dos lugares sombrios em que circulam os ratos, encontram serem que vivem do dia circulando na noite, e saltam dos ratos a fim de colonizarem todos os demais a fim de os tornar pulgas: seres colonizados pela vitalidade dos ratos, cuja crença é de que os valores defecados e urinados pelos ratos adubam os desertos transformando-os em paraísos culturais.
Este pequeno salto para a pulga é um grande salto para a desumanização.
As letras defecadas e o sangue anti-vital produzem um mundo uniformemente doente e morto. Os ratos defecandores de regras universais e as pulgas, seus desmiolados discípulos apenas param quando a desratização reconduzi-los para fora das bibliotecas e os lançarem nas fossas e nos esgotos.
Como diria George Simmel, a utopia com sua verdade arregimenta exércitos de assassinos que o fazem em nome de valores superiores.



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