top of page

Presente

  • Marcos Nicolini
  • Oct 13, 2016
  • 2 min read

Updated: May 28, 2020

Cada um tem suas palavras para dizer das coisas e como tais nos oferecem sentido engendrado com nossa tentativa de organizar as coisas. Somos pequenos e em nosso tamanhozinho, procuramos, por vezes escapar para fora de nós por imagens, sensações.

ree

Como diria Paulo, gememos com gemidos inexprimíveis. Isto indica que há muitas que nos escapam, fogem de nossa pretensão de saber. Ficamos perplexos. Uma destas coisas é o Amor com que passamos a amar algumas pessoas.


Os teólogos enfrentaram um dilema, ao tentar responder à questão: por que o Universo e não o nada? O problema que enfrentavam era o de tentar responder sobre a Criação realizada por Deus. Se Deus é livre, ou, um ser não condicionado por uma lei que determina seu Ser, e se Deus é perfeito, não necessitando de nada além de Si mesmo, por que Deus criou tudo o que criou? Por que do Universo? Por que de nós?


A resposta que me faz sentir mais acolhido é que Deus criou tudo não porque necessitasse de qualquer coisa, mas por que Ama: Deus é Amor, dirá João em sua bela epístola. E para demostrar parte de seu amor indemonstrável, explodiu em Amor num Universo em expansão. Criou o tempo e o espaço que avança sobre o nada. De uma bolinha de gude pre-cósmica, de uma concentrado de inteligência, disse Deus: haja Amor, e houve uma explosão de Amor.


Do nada veio a multiplicidade criativa, de partículas, átomos, moléculas, gases, aglomerados, vida. A vida foi transpassada pelo sopro do Amor e deste Amor incomensurável e incontinente viemos nós. Por Amor fomos acolhidos como filhos daquele que não cabe em nós. Apenas quando acolhemos a adoção do que ainda não é, num vir a ser o que há de ser, penetramos no Universo de Amor de Deus. Dizer sim a acolhimento e adoção por amor é participar do Amor que flui como um sopro que repousando na vela, faz o pequeno barquinho caminhar sobre o oceano imenso e amendrontador, de nossa existência. O sopro do Amor de Deus sensibiliza nossas vidas.


Somos acolhidos ainda mais que uma mãe acolhe um filho. Tal sensibilidade do acolhimento nos dá esta fé num Deus amoroso que nos chama filhos. Não podemos compreender o Amor de Deus além do infinito cósmico, o qual transcende a razão tão pequena. Mas acolher e adotar, ser acolhido e ser adotado nos permite ser levado por este Amor a enfrentarmos as ondas e o abismo do fundo do oceano.


É afetado por este acolhimento divino que posso dizer que a sua existência é tal qual o rastro da Graça divina, cuja visada nos permite antever, como por soslaio, o traço sensível da face amorosa de Deus. Neste olhar como que somos olhados, também nos tornamos sensíveis ao acolhimento e adoção, sem que tal dependa de nossa aptidão, vontade, recursos, empenho. Que a presença de musa nos seja sempre este encanto que soa como a Música de Deus em nosso mundo. Por este presente somos agraciados pela sensibilidade de Deus, por meio desta criação que se eterniza em nós.

Comments


Obrigado por Subscrever

  • Facebook
  • Twitter
  • YouTube
  • Pinterest
  • Tumblr Social Icon
  • Instagram
bottom of page