Orquídea
- Marcos Nicolini
- Nov 16, 2022
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Silenciar
Como se fosse um crime que não se dá ao desvendar
Um crime sem crime,
um anti-crime, espanto sublime
Do qual faltam as palavras fugidias
Ocultar
Sem nos deixar ver as evidências temporais
De um afeto suave e sutil, eternal,
Como que a andar ao lado, tão próximo,
Desta cuja presença não nos deixa
Revelar
No desvelar imediato da voz
Dos gestos, do olhar, do cuidado
Que acolhe com carinho da mesa farta
Do humilde ser que hospeda
Velar
A vela que apagou suavemente
Como seu andar grave e gentil
Dos olhos festivos, maternais
Da memória que nos recolhe
Passar
Então nos damos conta em Emaús
Que aquela que conosco estava
Exalava o perfume suave
Da presença que nos faz calar
Jubilar



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