O Clero assassino de Deus

De muito tempo me acostumei a ouvir e desprezar as tolices e asnices (relinchos, para ser mais claro) de líderes de uma Religião que rompeu seus vínculos históricos com o pensamento, valores, crenças e fundamentos Protestantes.

Mas procurei estabelecer meus pensamentos, valores e crenças mantendo as referências histórias advindas de minhas experiências com o metodismo, presbiterianismo e outros grupos do protestantismo histórico. Alguns líderes, bem poucos deles, ainda obtinham de mim uma escuta respeitosa e atenta. O que diziam servia de momento reflexivo e, no meu íntimo, dialogava com seus pensamentos expressos em suas palavras.

Nos últimos dias, contudo, cansei de ouvir lixo destes caras. Para expressar meu desprezo e repulsa às suas opiniões que misturam a Bíblia mais rasa com reprodução de discurso político mais tacanho, exigiria de mim o uso de palavras chulas e agressivas, que ainda consigo conter.

Caras que aparecem com sorriso hipocrita, cinico e mentiroso ao lado de retóricos que falam sobre Apocalipse, Satanás e o candidato que repulsam cheira enxofre e inferno. Outros que aceitam a corrupção como elemento constituinte da civilidade desde que a corrupção seja do Bem, isto é, que Deus se inclua e confunda com Satanás. Também há os que fingem esquecer as mentiras, as mortes em massa de jovens negros em guerras urbanas (70% dos mortos com armas de fogo entre os anos de 2003 a 2015 eram homens pretos ou pardos) configurando verdadeiro genocídio, etc., enquanto tratam de falar apenas os erros do outro lado.

Lembro-me de Jesus que fala: “quando virem a abominação no lugar santo, saibam que o fim chegou.”

Via a abominação em parte da igreja, agora vejo nas duas partes.

Nietzsche parece que encontrou na Igreja Protestante é Evangélica brasileira os dados empíricos que faltavam para contribuir com sua tese: os pastores mataram Deus