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La nave va...non troppo

  • Marcos Nicolini
  • Dec 24, 2021
  • 1 min read

num mar sem esperanças,

sem rumo...sem telos.

Não sei para onde ir.


ree

Imagens relampejantes

populam minha fronte:

escuridão, angústia.

Meus dedos tremulantes

vacilam no toque deste timão.

Frenesi.

Na velocidade da mudança que projeto

escapam-me os sentidos,

sem perceber,

perco a vida no naufrágio

das ondas,

no encadeamento em rede que me fisga.

Passivo,

recipiente de emoções alienígenas,

alheiamento,

a voz do outro é a que me sai de mim,

submerso

no medo de solidão de um falar por si:

a morte no desreconhecimento.

Neste teatro de relampejos virtuais,

mais reais que "eu sou",

minha sorte é trágica, mimética, sacrificial,

sacrilégia.

Acelero para esquecer

que devo esquecer aceleradamente

nas representações de sentimentos

que não são meus:

esquecimento de uma não diferença,

alienação.

A presença do céu azul e do mar azul se desfazem

nesta circularidade imanente, infinita,

inapreendida,

repetida ao infinito.

Se submerjo,

se navego,

ou

se flutuo,

tanto faz,

tanto se fez que não percebo,

não me apercebo.

Não sou intermédio livre,

não estou à porta,

não escolho.

Fechamento de cliques suaves como

pequenas línguas de águas batem no casco,

que muda e permanece no mesmo lugar,

deste oceano infindo.

Meu pequeno barco

vertiginoso

eu somos.

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