Fé e crença

A fé é como um salto, diria Kierkegaard, ou uma gestalt, um cair do cavalo, de uma posição de arrogância (como em Saulo); assim, seria uma adesão incomunicável, incondicional diante da impossibilidade de justificar, provar, fundar. A fé é uma certeza imaterial, que transcende os recursos epistemológicos.

A fé torna-se comunicável por meio da crença.

A crença é mimesis da fé, imitação imperfeita, precária, material, circunstancial: busca de uma tradução sempre por fazer.

Por meio da crença, em sua exigência material, move-se da certeza imaterial ao provável esperado da existência fática como possibilidade diante do contingente complexo.