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Ele tá de olho é na bolsinha dela...

  • Marcos Nicolini
  • Aug 4
  • 3 min read

Fiz uma pesquisa rápida e com credibilidade duvidosa, cujos dados me informaram que cerca de 65 milhões de brasileiros ganham menos de R$2.000,00 por mês, ou, (somando-se o 13º salário e 1/3 de férias) R$26.670,00 por ano, sendo descontado desta remuneração algo em torno de 7,5%, ou, R$2.000,25, restando-lhe aproximadamente R$24.669,75, confiando que não mais terá o desconto do IRPF.

 

Se levarmos em conta que o número de pessoas empregadas (também na pesquisa duvidosa) é de algo em torno de 105 milhões de pessoas, significa que cerca de 61,90% dos brasileiros ganham menos de R$26.670,00 por ano. Quase 2/3 dos trabalhadores.

 

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Estas estatísticas nos causam um mal-estar profundo. Mas, há outros temas que nos causam náuseas.

 

Esta semana um casal (ele empresário e ela blogueira) com a filha pré-adolescente pousaram para uma foto de família. A mulher ostentava uma bolsa de grife de valor superior a R$30.000,00. Muitos de seus seguidores olharam a foto com admiração, outros com indiferença e um ou outro de modo exacerbado. Alguém, cheio de amor pra dar, sombreado pelas Luzes dos séculos XVIII e XX, assim como a do século XXI dos Aiatolás, propôs que a garotinha fosse decapitada em uma guilhotina, lembrando Antonieta, os Romanov e os bebês fritados em micro-ondas.

 

A indignação pelas gritantes desigualdades sociais passou dos limites, mas não há prisão de 17 anos para tais.

 

Não obstante esta foto, em dias anteriores uma pessoa (creio que não serei levado à júri popular por chamar de pessoa) saiu em uma foto portando uma bolsinha de preço de mercado estimado em R$24.700,00. Contudo, esta pessoa não traz consigo a representação de uma família burguesa (papai, mamãe e filhinha sorrindo), antes, do BEM. Ai de quem ousasse convidar tal pessoa a pousar seu pescoço no caminho da lâmina! O silêncio dos que apoiam este descalabro é significativo. Dizem eles: os nosso podem tudo, os outros, das bestas feras queremos a morte.

 

Apesar desta bestialização do outro, precisamos ressaltar algumas diferenças entre os casos. A família burguesa obteve seu mimo, a bolsinha ostentada a partir de atividades profissionais e/ou relações pessoais; a pessoa que tem mandato na Câmara de Deputados Federais obteve sua bolsinha por meio de remuneração, ou contatos provenientes do cargo exercido, a qual, por sua vez, advém de impostos e de tratativas políticas que vigora sob a lei do toma-lá-dá-cá.

 

Impostos, inclusive, pagos por estes 65 milhões de brasileiros que custeiam salários políticos e acordos secretos.

 

Calma lá, diriam alguns. Sua Excelência o Ex-Condenado isentou quem ganha até R$5.000,00 de Imposto de Renda, portanto, tais não financiam bolsas de quem exerce mandato político.

 

A isenção de IR para baixa renda é a maior falácia e um engodo enorme. Precisamos lembrar, sempre, que a cleptocracia brasileira atua sobre diversas fontes de transferência de valores. Os Impostos podem ser recolhidos da renda (por exemplo o IR sobre salários) e podem ser recolhidos pelo consumo, por exemplo ICMS, IPI, Imposto de Importação, IOF, etc.

 

Quem recebe, por exemplo, algo abaixo de R$2.000,00 por mês, ainda que apenas seja recolhido 7,5% de INSS, contribui com impostos embutidos em bens de consumo. Paga imposto em alimentos, remédios, roupas, energia, transporte, etc. A carga tributária sobre a baixa renda pode chegar a 40%.

 

Portanto, estes 5% que o Governo do BEM diz ter abdicado, está buscando retomar em aumento de taxas e impostos que o trabalhador não perceberá.

 

Como diz o apóstolo Paulo: por vezes Satanás toma forma de anjo de luz a fim de engano.

 

A vileza do Brasil é que:

 

1º é vil a distribuição de renda;

 

2º é vil a forma de recolhimento de impostos pelo consumo, mais do que pela renda;

 

3º mas é, principalmente, vil o fato que a ideologia passa pano para a vileza e condena que vendeu pipoca em 8/1.

 

Por fim. Alguém pode pedir guilhotina a uma criança por aparecer em uma foto com o pai e a mãe e nada lhe ocorrerá. No entanto, se eu pronomiar um XY, que se quer ela, de modo diferente, corro o risco de ficar 80 mil anos em uma cadeia no Maranhão, e sorridentemente um juis me imporá uma multa de 1000 bolsas Padded Cassette.

 

 
 
 

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